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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

NÃO QUEIRA SER BATIZADO COM FOGO!

“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”  Mat 3:11

Existem muitas pessoas por aí querendo ser batizadas com fogo; creio que você já teve oportunidade de se deparar com algumas delas. Mas, será que você deseja ou já desejou ser batizado com fogo? Espero que não, mas se quis ou quer, deixe-me explicar o que você está desejando, à luz das Escrituras.

O versículo usado para desejar tal batismo está em Mateus 3.11 (acima). Primeiramente, vejamos para quem João está dizendo essas palavras. O versículo 5 do capítulo 3 de Mateus, registra que foram se encontrar com João, pessoas de "Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão. É dito também, que muitos se arrependiam. Porém, logo em seguida (versículo 7), vemos que vinham também fariseus e saduceus, que foram chamados de “raça de víboras”. Temos então dois públicos bem distintos: o primeiro, dos arrependidos, pode ser classificado como o trigo, o segundo, da “raça de víboras”,  é a palha.

As pessoas deduzem que João Batista está falando de duas coisas boas, de duas bênçãos que serão concedidas por Jesus. Mas na verdade, João está mostrando dois tipos distintos de batismo: o batismo do Espírito Santo, através do qual todos os eleitos (=trigo) serão recolhidos ao celeiro, e o batismo com fogo, destinado aos perdidos (=palha). Veja que no versículo 12 isso fica bem claro: “A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível” (Mt 3.12).

Veja ainda que, depois da sua ressurreição, quando Jesus está orientando os discípulos, Ele cita as palavras de João Batista “Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1:5). Observe que Jesus não diz que eles seriam batizados com o Espírito Santo e com fogo, como João havia dito, pois agora o seu público é um só, dos arrependidos (=trigo).

Além da explicação clara encontrada no contexto imediato do texto, vemos que, quando as Escrituras se referem ao fogo fazendo relação a algo vindo de Deus, está associada, de modo geral, à condenação, conforme encontramos nos seguintes textos: “porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e serão muitos os mortos da parte do Senhor” (Is 66:16); “Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41); e em outras vezes, refere-se a algum tipo de prova, como vemos em 1 Pedro 4:12: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo”. Por outro lado, em nenhum lugar das Escrituras nos é dito que devemos pedir fogo a Deus.

Portanto, pedir para ser batizado com fogo, é pedir a condenação de Deus para as nossas vidas.

Que Deus vos abençoe!

                Pastor Mário Alcoforado

Se escola fosse estádio e educação fosse Copa

por Jorge Portugal

Passei, nesses últimos dias, meu olhar pelo noticiário nacional e não dá outra: copa do mundo, construção de estádios, ampliação de aeroportos, modernização dos meios de transportes, um frenesi em torno do tema que domina mentes e corações de dez entre dez brasileiros.

Há semanas, o todo-poderoso do futebol mundial ousou desconfiar de nossa capacidade de entregar o “circo da copa” em tempo hábil para a realização do evento, e deve ter recebido pancada de todos os lados pois, imediatamente, retratou-se e até elogiou publicamente o ritmo das obras.

Fiquei pensando: já imaginaram se um terço desse vigor cívico-esportivo fosse canalizado para melhorar nosso ensino público? É… pois se todo mundo acha que reside aí nossa falha fundamental, nosso pecado social de fundo, que compromete todo o futuro e a própria sustentabilidade de nossa condição de BRIC, por que não um esforço nacional pela educação pública de qualidade igual ao que despendemos para preparar a Copa do Mundo?

E olhe que nem precisaria ser tanto! Lembrei-me, incontinenti, que o educador Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e hoje senador da República, encaminhou ao Senado dois projetos com o condão de fazer as coisas nessa área ganharem velocidade de lebre: um deles prevê simplesmente a federalização do ensino público, ou seja, nosso ensino básico passaria a ser responsabilidade da União, com professores, coordenadores e corpo administrativo tendo seus planos de carreira e recebendo salários compatíveis com os de funcionários do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. Que tal? Não é valorizar essa classe estratégica ao nosso crescimento o desejo de todos que amamos o Brasil? O projeto está lá… parado, quieto, na gaveta de algum relator.

O outro projeto, do mesmo Cristovam, é uma verdadeira “bomba do bem”. Leiam com atenção: ele, o projeto, prevê que “daqui a sete anos, todos os detentores de cargo público, do vereador ao presidente da República serão obrigados a matricular seus filhos na rede pública de ensino”. E então? Já imaginaram o esforço que deputados (estaduais e federais), senadores e governadores não fariam para melhorar nossas escolas, sabendo que seus filhos, netos, iriam estudar nelas daqui a sete anos? Pois bem, esse projeto está adormecido na gaveta do senador Antônio Carlos Valladares, de Sergipe, seu relator. E não anda. E ninguém sabe dele.

Desafio ao leitor: você é capaz de, daí do seu conforto, concordando com os projetos, pegar o seu computador e passar um e-mail para o senador Valadares (antoniocarlosvaladares@senador.gov.br) pedindo que ele desengavete essa “bomba do bem”? É um ato cívico simples. Pela educação. Porque pela Copa já estamos fazendo muito mais.

Jorge Portugal é educador, poeta e apresentador de TV. Idealizou e apresenta o programa “Tô Sabendo”, da TV Brasil.
Fonte: Terra Magazine

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PRECISAMOS SER ATEUS!


O título é esse mesmo que você leu, não foi erro de digitação. Estudando um trecho do livro Filosofia da Educação, do filósofo Thomas de Koninck, fui imediatamente convencido de que preciso ser ateu, e espero que você também se junte a mim nesse propósito.

Mas não se assuste, não fiquei louco! Ser ateu já era um pensamento de Justino, um dos “pais da igreja”, que certa vez declarou: “Sim, nós o reconhecemos, certamente nós somos os ateus destes pretensos deuses, porém nós acreditamos no Deus muito verdadeiro...”. Assim, a pergunta a ser feita é: “de quais deuses nós somos ateus?”

Dos dez mandamentos, o primeiro é: “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3). E a Palavra nos diz que Deus faz a seguinte declaração: “Por isso, hoje, saberás e refletirás no teu coração que só o Senhor é Deus em cima no céu e embaixo na terra; nenhum outro há” (Dt 4:39). Veja que o texto nos diz que devemos saber e refletir “que só o Senhor é Deus”, porém acredito que, como o povo de Israel, temos seguido vários outros deuses, ou seja, temos sido idólatras, pois prestamos aos deuses as honras próprias a Deus.

Equivocadamente, muitos pensam que a idolatria acontece somente quando adoramos uma imagem de escultura ou qualquer outro objeto. Mas a Bíblia nos mostra que, além disso, a idolatria ocorre quando deixamos de dar a devida glória a Deus, através da nossa rejeição às suas ordens. Isso fica muito claro no exemplo da desobediência de Saul, que após rejeitar as instruções do Senhor, ouve do profeta Samuel que “a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar” (1 Sm 15.23).

Em nossos dias, ainda existem vários deuses querendo roubar o lugar de Deus: nossa vaidade, nossa desobediência, o consumismo, trocar o tempo da leitura da bíblia e da oração por qualquer coisa, etc. Tudo isso e muito mais se constitui nos deuses do nosso século, e é para eles que devemos ser verdadeiramente ateus. Sim, sejamos ateus desses pretensos deuses!

Que o verdadeiro e único Deus nos ajude nesse propósito.

Pastor Mário Alcoforado

domingo, 7 de agosto de 2011

RESILIÊNCIA

“Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.” Efésios 6.13

A palavra resiliência tem origem no latim - resílio - e significa retornar a um estado anterior. Nas ciências exatas como engenharia e física, significa a capacidade de um corpo físico voltar ao seu estado normal, depois de ter sofrido uma pressão sobre si. Em ciências humanas representa a capacidade de um indivíduo, mesmo num ambiente desfavorável, ter uma vida sã, resistir às adversidades e utilizá-las para crescer!

Muito embora a palavra resiliência não seja tão comum em nosso vocabulário, o seu significado nos é ensinado na Palavra de Deus, desde o início! Um dos maiores exemplos de resiliência é o de José do Egito. Ele foi pressionado pelos irmãos, passou por diversas adversidades no Egito, mas não se deixou abater por elas, porém, utilizou-as como forma de crescer!

Desta forma, vemos que, ser resiliente não é apenas passar por problemas, dificuldades, provações, mas passar e crescer com isso. É por em prática o que Tiago nos diz: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança” (Tg 1.2-3). Paulo também afirma o mesmo, conforme vemos no texto de Efésios 6.13: “...depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis”.

Sabemos que não podemos confiar em nossas próprias forças, mas no Senhor! Porém, isso não significa que iremos ficar esperando que Deus faça tudo por nós! Então, o que fazer para sermos pessoas resilientes? Três aspectos de nossas vidas precisam estar bem definidos e desenvolvidos para que sejamos resilientes: vínculos afetivos, conhecimento dos desafios, e sentido de propósito no futuro.

Quando Jesus nos diz que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, Ele estabelece todos os vínculos afetivos necessários ao nosso desenvolvimento. E para desenvolver esses vínculos precisamos conhecer a nós mesmos, ao próximo e a Deus. Sabemos que esse conhecimento nunca será pleno, mas é necessário e possível desenvolve-lo!

Conhecer os desafios que temos diante de nós é fundamental para planejarmos as ações a serem desenvolvidas! Precisamos reconhecer a verdadeira dimensão do problema, as possibilidades de enfrentamento, e as metas para sua resolução. Veja a ilustração de Jesus, mencionada em Lucas 14.28-32.

Ter sentido de propósito no futuro! Qual o seu alvo? Onde você quer chegar? Para os verdadeiros cristãos, Cristo é o nosso alvo, e queremos chegar à plena realização da Sua vontade em nossas vidas! Portanto, todas as nossas ações, nossos planos, nossas decisões, têm que estar alicerçados em seus ensinamentos. Ter um alvo é fundamental para alcançarmos um objetivo! Quanto mais claro for o alvo, mais resilientes seremos diante das adversidades que surgirão em nossas vidas!

Pesquisadores das ciências humanas identificam algumas características das pessoas resilientes: “estão sem nenhuma exceção, envolvidas numa causa estranha à própria pele, em algo externo a si próprias; têm percepção mais eficiente da realidade; têm aceitação (capacidade de amar) a si mesmas, aos outros e a natureza. São espontâneas, concentram-se mais nos problemas e menos no próprio ego; têm autonomia e independência em relação à cultura e ao meio ambiente; têm relações interpessoais mais profundas e internas; têm estrutura de caráter mais democrático; têm senso de humor; discriminam entre meios e fins, bem e mal; são mais criativas” (Fadiman e Frager – 1979 - p.32).

Que Deus o ajude a ser uma pessoa resiliente, para a glória de Cristo!

Pastor Mário Alcoforado